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Ao contrário do que foi pregado até hoje, a maçã não é uma fruta que simboliza a sabedoria do bem e do mal, muito pelo contrário, sentimos no seu gosto (ou ausência dele) que ela é insossa e sem graça.
Bem, vamos começar pelo começo:
No começo havia o nada, logo temos: havia o marasmo.
Lá estava Ele, Deus em todo seu esplendor no primeiro dia da criação. Justo uma segunda feira, ô diazinho chato, ele sentia que estava começando no dia errado (como quem começa um regime).
Onipotente, onipresente e onisciente, mas não tinha nada pra ter poder sobre, nada pra saber sobre e pior, nenhum lugar pra estar.
Só aquela sala de estar, naquele sofá de couro surrado, vendo sessão da tarde. Ele usava uma camiseta hering branca manchada de mostarda e com furos no sovaco, Sua calça de moletom cinza estava furada no fundilho e rasgada no joelho, Ele usava um chinelo de dedo por cima das meias também furadas.
Ele pensou: "Ainda tem tanta coisa pra criar. Puta preguiça..."
Passava A Lagoa Azul na TV.
Bem, ele podia desistir desse plano de criar o mundo e ficar lá.
Mas em sua grandiosidade, Deus perseverou e Puff! eis que surgiu a maçã, a mais sem graça das frutas, como uma segunda-feira a tarde.
(Mais tarde o Coisa-Ruim se aproveitaria dessa fruta, não pra corromper Adão e Eva, mas para criar sua logo-marca.)
3 comentários:
rérrérré... sempre soube q a mação não poderia conter a sabedoria sobre o bem e o mal... sem graça demais pra ter tal conteúdo!
Maravilha Claus, bela elucubração!
Abraços
Hahaha, muito bom...
Abrs,
Dan
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